niteroiense como deixaria supor o título, que muito contribuiu, embora indiretamente, para a dissolução de nossa primeira Assembleia Geral Constituinte e Legislativa. Dele documentadamente tratamos, no Jornal do Commercio de 28 de maio de 1960, em folhetim intitulado "D. Pedro I e o sardo Grondona".
Dessa também curiosa figura tão pouco se têm ocupado os historiadores brasileiros, que convém recordar alguns dados a seu respeito, que apuramos em pesquisas feitas no Arquivo da Família Imperial do Brasil, que por sua generosa doação hoje se guarda no Museu Imperial de Petrópolis, na Divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro, no Arquivo Histórico do Itamaraty, no Arquivo Nacional.
Nascido em 1783, para o Brasil veio em 1818. Tendo vendido ao governo uma coleção de pinturas antigas, a 30 de dezembro de 1819 nomeou-o d. João VI restaurador e conservador de quadros de nosso primeiro museu. A 10 de julho de 1820 obteve exequatur para exercer interinamente o posto de vice-cônsul da Sardenha. De 5 de agosto a 8 de novembro de 1823 foi redator de 33 números da citada Sentinela da Liberdade, somente nos últimos números "à Beira-mar da Praia Grande".
Em seu n° 30, de 4 de novembro, publicou uma carta anônima contra os oficiais que guardavam um emissário do governo português, o que deu motivo à agressão na noite de 5 sofrida por um boticário do largo da Carioca, que se supunha fosse o seu autor. O fato repercutiu na Assembleia, explorado principalmente por Antônio Carlos e Martim Francisco, muito contribuindo para a sua dissolução, ordenada por d. Pedro I no dia 12.
Em consequência, fugiu Grondona para Buenos Aires, onde, em 1825 esteve preso, envolvido em desafio cuja denúncia atribuiu a um hipotético espião do general Lecor, visconde da Laguna, governador brasileiro da já convulsionada província Cisplatina.
Passando depois à Bolívia, lá o encontraremos na triste situação descrita em carta dirigida ao Cabugá.
Carta de Grondona
Em desoladora carta sem data, talvez de 1831, em que deixou bem nítida sua extraordinária capacidade de exagerar e mentir, dirigida ao representante brasileiro na Bolívia, nos seguintes termos solicitou Grondona os seus socorros: