Fisionomia e espírito do mamulengo

mundo é mundo; a segunda estuda os bonecos no Brasil e mais especialmente no Nordeste; a terceira tenta aquilo que pernosticamente poderíamos chamar de "metafísica do boneco". Como exemplos transcrevo peças populares de mamulengueiros pernambucanos, gravadas por ocasião do espetáculo; obras de autores pernambucanos eruditos escritas para um teatro de bonecos, e finalmente uma obra que Michel de Ghelderode recolheu num velho teatro de bonecos da Bélgica, sobre a Paixão de Cristo, para concordância de nossa tese sobre a origem religiosa das marionetes.

Na pesquisa bibliográfica e de campo muitas pessoas me ajudaram. Prestaram um serviço à arte popular nordestina e por isso devem merecer um reconhecimento público. Foram elas: Abelardo Rodrigues, Adelmar de Oliveira, Airton Carvalho, Alfredo de Oliveira, Altimar de Alencar Pimentel, Aluízio Chagas, Antônio Farias, Ariano Suassuna, Beatriz Ferreira, Capiba, Ceci Cantinho Lobo, Francisco Rodrigues, Geninha Sá da Rosa Borges, Getúlio César, Hermógenes Francisco Dámaso, Hildebrando de Assis, Janice Lobo, João Santiago dos Reis, Joel Pontes, José Brasileiro, José de Moraes Pinho, José Lourenço de Lima, Lauro Raposo, Lourival de Oliveira, Luís Nascimento, Maria Rosa Mendes Primo, Olympio Costa, Otávio da Rosa Borges, Rubens Teixeira, Sílvio Rabelo, Valdomiro Gomes e Zuleide Medeiros de Souza, além dos funcionários da Escolinha de Arte do Recife, da Biblioteca da Escola de Belas-artes e da Biblioteca Pública.

Não fiz trabalho de folclorista, mas de homem de teatro, encarando o mamulengo nordestino como forma de teatro popular existente em nossa região. E mais: a nossa exclusiva forma de espetáculo total, onde o boneco é o personagem integral e o público um elemento atuante.

Recife, 1963.

H. B. F.

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