Fisionomia e espírito do mamulengo

porque os bonecos são manipulados por homens que não se ocultam absolutamente dos espectadores. São necessárias três pessoas para manobrar um boneco comum. Para os papéis de figurantes ou muito pouco importantes uma só basta. O principal animador sustenta o boneco com seu braço esquerdo e faz mover a cabeça cuja mobilidade é extraordinária: os olhos, as sobrancelhas, a boca, tudo mexe. Com a outra mão ele faz viver o braço direito do personagem. O segundo animador está lá para manobrar o braço esquerdo do boneco e deve sincronizar todos os seus gestos de braço com os movimentos da cabeça. Quanto ao terceiro operador maneja os pés do boneco ou o seu traje.

Quando se trata de um Sewamono (peça mundana) o animador apresenta-se mascarado. Quando se trata de um Judaimono ou Kimbyobumono (peça histórica) o animador não está mascarado, mas usa um traje de cerimônia histórico chamado kamishimo. Quanto aos outros dois operadores estão sempre cobertos por um véu preto. Cada cena se desenvolve como um balé, seguindo a história que é contada e cantada por um ou diversos narradores-cantores, acompanhados por uma orquestra cujo principal instrumento é o ahamissen. Esse gênero de expressão dramática chama-se Joruri(10) Nota do Autor.

A invenção desse gênero é atribuída a uma dama que viveu nos fins do século XVI, Ono-No-Otsu. Nos fins do século XVII, Takemoto Chikugo cria em Osaka uma nova escola de marionetes, conhecida sob a denominação de Gidayu, prevalecendo até hoje. Os personagens são típicos. Runshichi, que representa os papéis de homem piedoso; Danshichi, os de homem mau; Keisai, destinado aos papéis de amante; Masumé, os de moça; Shinzo, os de esposa; Fukeoyama, os de velha; e Wakaatoko, os de rapaz. As marionetes que representam as mulheres não têm pernas, a não ser quando se trata de viajantes.

Na Pérsia, o personagem principal dos teatros de bonecos tem dois nomes: Pendj, que significa cinco, em persa, correspondente ao número mínimo dos personagens que devem

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