O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

emocione com a notícia da última desordem ocorrida num estado qualquer, onde o grupo dos facínoras, que estão no poder, pleiteia a posse do governo, contra o grupo dos salvadores, em oposição; e as atitudes de um e de outro lado valem-se reciprocamente, exprimindo, ambas, situações criadas e mantidas sob um mesmo critério: o da luta pelas posições.

As lacunas e os erros da nossa vida pública são apenas sintomas do mal profundo da nossa desorganização; são, mesmo, manifestações gravíssimas, é certo, de desorganização; mas o fato de as ter em foco como problema governamental mostra o estado rudimentar do nosso critério político e da nossa capacidade organizadora.

O nosso problema não é um problema de moralidade pessoal: os abusos apontados, em nossa vida pública, nada valem quase, por muitos e grandes que sejam, em face das perdas colossais que sofremos, com a nossa inadvertida política, ou, melhor, com a nossa inteira falta de política. Quem quer que haja passado pela política e pela administração pública, em nosso país, não pode deixar de sentir-se enobrecido com a certeza da probidade dos nossos homens públicos e dos nossos funcionários.

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