objetivo; e os povos que não andam, ficam, como os indivíduos paralisados pela inércia de seu meio, sem sentimentos fortes, sem ideias positivas, sem energia.
Está, talvez, nesta posição do espírito, em face das interrogações práticas da vida, o critério decisivo da sorte de indivíduos, nações e sociedades. Em cada período histórico, dividem-se as gerações em grupos de homens que tendem a dizer sim aos problemas da vida, e grupos que tendem a dizer não. Os afirmativos contemplam o futuro com a confiança segura do amor à vida; arrastados pela onda dos fatos, vão os outros seguindo o destino anônimo da renúncia, a sentença tácita do sacrifício.
Foi esta lição negativista, levada até um pessimismo absoluto, que nos foi ministrada pelas letras de que nos nutrimos. As gerações modernas dos povos chamados latinos beberam o álcool do romantismo e do realismo: formas revolucionárias do pensamento dos povos nossos mestres, como revolucionária tem sido a sua vida; e dessa evolução, através de um meio século de sonho e de outro de pintura viva das realidades baixas da existência, resultaram a descrença no ideal e a dúvida do progresso.