O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

Da mesma forma, nas colônias alemães do sul, a prosperidade da primeira geração estabelecida, e, em parte, a dos primeiros descendentes, é fruto de uma espécie de cultura artificial: a colônia oficial é uma estufa de cultura humana, onde a natureza da terra, melhor escolhida, e a conservação de costumes, tradições e, até, da língua de origem, favorecem a resistência dos centros coloniais. Já as gerações seguintes, perdendo o tipo patriarcal da localidade, confundindo-se na vida e no espírito ambiente, esquecem os hábitos sedentários, o amor ao tranquilo bem-estar da pequena indústria ou das lavouras, lançam as vistas para as ambições, mais fáceis e mais prometedoras, do comércio, da especulação, da política. A terceira geração de colonos alemães é, pode-se assim dizer, conquistada pela sedução de fortunas prontas, de carreiras fáceis e de vida ociosa, que caracteriza os povos novos sem regime econômico organizado e sem educação social.

Mais do que o alemão, porque não se estabeleceu em colônias, o italiano, o português e o espanhol, de recente imigração, tendem para as cidades, para o comércio, para as vendas, espalhadas nas encruzilhadas das estradas e nas povoações, para as especulações, para a conquista da fortuna, a todo o custo e por todos os meios. Dos

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