O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

Para o clínico ou para o demografista, habituados à contemplação sólida das formas, agudas ou crônicas, designadas como enfermidades, a questão parece infundada. A patologia — partindo do ponto de vista médico, que criou um meio e uma vida de moléstias e de doentes — isolou moléstias e doentes, sistematizou uma teoria particular de fenômenos mórbidos, e fundou-se e desenvolveu-se, guiada pela piedade e pela curiosidade do anômalo, ao inverso de toda a lógica indutiva; construiu o seu sistema de ideias sobre o conceito, acentuadamente relativo, da moléstia, com induções firmadas sobre a observação de uma só das categorias, e exatamente a excepcional. A ciência não procede sob a sugestão de curiosidades ociosas, nem de prazeres; deve resistir à atração tendenciosa da psicose, das generalizações e das particularizações técnicas. As especialidades tendem, quase sempre, a formar uma certa ordem de prejuízos. É o que tem sucedido, em grande parte, na evolução da medicina e da higiene.

Sucede, assim, que, se a medicina tem progredido, no conhecimento da patologia, se lhe não pode negar um certo avanço, em muitas aplicações da terapêutica ela é uma arte imperfeita, no que toca ao conhecimento em relação precisa entre o fato da saúde e o fato da moléstia.

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