mas, por entre esta organização complicada, e, por vezes, luxuosíssima, a vida do homem, a sua alimentação, os interesses da economia social, a distribuição da riqueza, a circulação comercial, e monetária, a educação física, moral e cívica debatem-se de encontro aos mesmos obstáculos das mais atrasadas sociedades e vão encontrando maiores tropeços, nas próprias construções desta aparente civilização.
Ao lado de um certo, embora desorientado, cuidado por melhoramentos materiais, não aprendemos a arte, primordial e muito mais difícil, de civilizar e cultivar o homem. Os melhoramentos materiais não são, para um país, senão a ossatura, a que só um povo, sólido, instruído e enérgico, dá musculos, nervos e sangue. Não é nas escolas e nas academias que se cria este povo: é na educação pelos costumes, pela política, pela circulação de ideias práticas, pela legislação econômica e fiscal, pelo estímulo ao trabalho, pela segurança da remuneração, pela supressão dos incentivos à ociosidade e ao ganho fácil e ilegítimo de empregos e de fortunas. A formação de uma sociedade e a seleção do seu caráter resultam do critério, nela dominante, sobre o valor do homem; dos modelos que ela apresenta de prestígio, de estima, de respeito. A vida de um povo é função da enxada