multiplicando-se indefinidamente por milhares de expedientes, instalaram um verdadeiro feudalismo argentário, as mais imprevistas formas da especulação, as suseranias dos reis da indústria e dos negócios.
Com esta orientação, as novas nacionalidades americanas ficaram sujeitas ao domínio da cobiça, à pressão do capital, ou, o que é mais verdadeiro, de especulações sem freio; e, sob o impulso desses interesses imprevidentes e desapiedados, nações e territórios vão tendo o destino de terras enfeudadas aos mais audazes, conforme a sua natureza. É aqui que o problema brasileiro apresenta seu aspecto mais grave.
Os Estados Unidos e, em grande parte, a Argentina são países de terras semelhantes, senão iguais, às terras que habitavam os colonizadores europeus. O clima e a natureza do solo não diferem do clima e do solo da mãe-pátria. Os hábitos aí encontram o mesmo ambiente, as mesmas sementes do país natal; a mesma terra, as mesmas probabilidades de germinação e de produção. A colonização é uma mudança ordinária, de casa velha para casa nova. O Brasil é, por sua posição geográfica, o único grande país soberano de clima e constituição francamente equatorial e tropical; semelhante às regiões da África e da