casos desta ordem e órgãos próprios para lhes dar emenda e correção; o outro, a significação real de certa ordem de conceitos e de fórmulas, ordinariamente invocados, em termos vagos, pelos que discutem estes assuntos — sem clara consciência, quase sempre, do que exprimem, mas com fé profunda, reverente, quase devota, sempre, em sua virtude e seu poder. Refiro-me ao valor das muito repetidas "leis espontâneas e naturais da evolução social", "tendências necessárias do desenvolvimento humano", "causas e efeitos dos fenômenos e fatos históricos", "ação mecânica das forças da evolução, do desenvolvimento e do progresso": o determinismo melhorista, dos crédulos, e o determinismo indiferente, dos céticos — as muitas abusões, em suma, que o pedantismo e o comodismo puseram, em nossa época, no lugar da providência, para que costumam apelar nossos avós.
Nada há mais comum que deparar, em escritos dos nossos intelectuais sobre questões sociais, com frases desta ordem: "Há uma lei de mecânica...", como se as leis de mecânica, ou de qualquer outra ciência exata, tivessem, com os fatos da sociedade, relação prática mais apreciável do que a influência hereditária da vinha de Noé sobre as uvas das nossas sobremesas...