da luta pela vida e pela honra, por fervores místicos e torvos delírios orientais... Sabem os que acompanham os debates políticos mundiais — pleitos em que se vai processando o julgamento dos povos e se vão determinando os futuros conflitos — que a tese da capacidade das raças é um dos bastiões montados pela ambição dos que aspiram ao domínio. A ambição ao domínio universal, das raças teutônicas, fundada na pretensão da sua superioridade, é um ideal político conhecido, que conta em seu serviço com a autoridade de uma ciência e de uma literatura, com a força econômica, o poder militar, a aparente superioridade, física e mental, a real vantagem atual destas raças. É uma pretensão infundada e injusta; e a todas as razões com que a ciência contemporânea respondeu à ciência dos imperialistas, o Brasil — museu vivo de etnologia e esplêndido laboratório de experimentação étnica — pode juntar documentos irrefutáveis. O teutão, localizado no Brasil, prospera ou declina, em função do meio físico ou da vida social, nas mesmas condições que o branco de origem europeia meridional, o preto e o índio. Mas apesar disto, a teoria continua a ser tema da polêmica política e eixo da luta das hegemonias, das influências, das supremacias.