O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

As raças são julgadas pela energia, pela atividade, pelo vigor, pela independência, pelo brio e o valor com que sustentam a autonomia — pelo conjunto das qualidades que formam o caráter étnico; e o que se está passando, atualmente, em nosso país, parece feito para documentar o libelo das ambições teutônicas...

Os povos conquistadores são também moralizadores. A posição de superioridade, de supremacia, de simples sobranceria, mesmo, ainda que passageira, inspira atitudes catedráticas, exemplares, disciplinares... Os bárbaros foram o fléau de Dieu, vibrado contra a dissolução romana; e mãos cristãs, mãos limpas de pecado, abriram-lhes as portas de Roma... Não houve horda de hunos, ou de mongóis, que se não desse pelo povo eleito de Deus, em missão de vindita religiosa, ou de reparação moral. A moral, como a civilização, dá, por vezes, assim, boas flâmulas de guerra. Nossos costumes e, ainda mais que os costumes, nossos móveis íntimos e nossos sentimentos, em confronto com os móveis e sentimentos de outros povos, são de ordem a nos honrar, entre os que mais se prezem. Os países mais civilizados são também os mais corruptos; suas capitais são sedes de vício e de dissolução; suas sociedades, centros de corrupção e de venalidade;

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