Nós somos patriotas, vivamente patriotas, calorosamente patriotas, mas o nosso patriotismo precisa exprimir-se, nesta hora, em termos diversos do cunho romântico, da feição emocional, que só vibram em transes de exaltação, que só apresentam à mente, como imagem e expressão do amor à Pátria, a ideia da guerra, do sacrifício da vida, da luta física. É a forma do patriotismo de feição medieval, com traços da hostilidade dos primitivos; do ódio tribal e gentílico; é o patriotismo agressivo: o patriotismo em cuja liga o sentimento adverso ao estrangeiro sobreleva ao sentimento de amor pelo compatrício; o patriotismo que tem por ideal a luta, em lugar do ideal da fraternidade; o patriotismo do sangue e da morte, em lugar do patriotismo da vida, da solidariedade, da cooperação.
O apelo a este patriotismo tem sido a nota mais vibrada neste momento. É uma nota imprópria: mostra a má compreensão da justa posição das cousas. Deixando de encarar a triste realidade de agora, protelamos, para transes imaginários de uma guerra futura, o movimento de energia e de coragem, que se nos está impondo.
Iludimos e dissimulamos as dificuldades que se amontoam, os prejuízos que estamos sofrendo, a afronta que nos infligem à face do mundo. Este