O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

desbaratando-as, pelo contrário, com as nossas audaciosas devastações, precisamos, de agora por diante, não só poupar as que nos restam em estado virgem, senão reparar e restabelecer as que já estão comprometidas.

O espírito humano não aprendeu ainda a aproveitar as lições da história. É singular a leveza com que a imaginação e a inteligência do homem repetem os mesmos erros, as mesmas eternas causas de seus males e sofrimentos, esquecendo e perdendo os ensinamentos que os permitiriam evitar.

Entre nós, a inadvertência atinge proporções descomedidas com o nosso desenvolvimento intelectual. Vivemos a cometer perpetuamente as mesmas imprudências — e não só as repetimos, como improvisamos outras iguais, absorvidos, a cada passo, por preocupações alheias à realidade, exagerando pormenores, incidentes e aspectos superficiais da vida pública, ao passo que reincidem, reproduzem-se, multiplicam-se e avolumam-se as causas da nossa decadência.

Os nossos eternos déficits, as nossas emissões de papel-moeda, as nossas Caixas de Conversão, as nossas valorizações, os nossos empréstimos à lavoura, os nossos protecionismos, todas as

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