Uma delas, recebida de Lisboa, do deputado Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, representante paulista às artes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, ali reunidas, foi apenas parcialmente citada por Varnhagen, naquela História. O Príncipe dela se utilizara ao escrever ao pai, D. João VI, na carta de definitivo rompimento político, de 22 do mesmo mês de setembro.
Outra missiva da maior importância, a do principal Ministro e conselheiro de D. Pedro, José Bonifácio de Andrada e Silva, guarda-se no Museu do Ipiranga, infelizmente incompleta. Divulgou-a Afonso de Escragnolle Taunay em artigo intitulado "Em vésperas da Independência", publicado no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, de 22 de janeiro de 1955.
Não menos importante dentre as cartas do Rio enviadas ao Príncipe, foi a da Princesa D. Leopoldina, sua mulher, que ele deixara presidindo a Regência do Brasil, em sua ausência. Sobre seu conteúdo, à falta de conhecimento do respectivo original, fantasiaram vários escrevinhadores, até que, cabendo-nos achá-la no Arquivo da Família Imperial Brasileira, hoje no Museu Imperial, de Petrópolis, pudemos divulgá-la na citada 3ª edição da História da Independência, de Varnhagen. Comentando, então, "as críticas circunstâncias em que se acha o amado Brasil", afirmou a Princesa que somente o pronto regresso do marido e "muita energia e vigor podem salvá-lo da ruína" (op. cit., pág. 135, nota 18).
As cores nacionais
Algumas testemunhas do Grito do Ipiranga afirmaram que no mesmo dia e local escolheu D. Pedro as definitivas cores nacionais brasileiras — verde e amarelo. Não é impossível que o Príncipe logo pensasse em substituir por outras as cores constitucionais portuguesas, então portadas por membros de sua Guarda de Honra, em fitas de cores azul-claro e encarnado, que ele mandou arrancar. Mas há dúvidas a respeito, visto que um dos depoentes fala apenas em fitas verdes, usadas no teatro, na mesma noite; e outro diz que D. Pedro ali compareceu