D. Pedro I e D.Pedro II – acréscimo às suas biografias

Antecedentes do Sete de Setembro

É verdade que o Grito do Ipiranga, como a Aclamação de 12 de outubro, foram antecedidos de atos que inequívoca e documentadamente demonstravam a tendência brasileira e do Príncipe para o rompimento da união do Brasil com Portugal.

A declaração da permanência de D. Pedro no Rio de Janeiro, contrariamente às ordens recebidas das Cortes de Lisboa, para que regressasse à Europa, a 9 de janeiro de 1822, foi um ato pessoal de rebeldia, que não implicava na separação do Brasil. Ao contrário, epistolarmente explicou o Príncipe ao pai, D. João VI, que, assim procedendo, trabalhava pela manutenção da união dos dois Reinos.

A atitude divergente, da Divisão Auxiliadora portuguesa no Rio de Janeiro estacionada, que desejou obrigar D. Pedro a cumprir aquela decisão de regresso, e foi forçada a recolher-se à margem oriental da baía de Guanabara, depois a embarcar de volta a Portugal, antes da chegada das tropas que deveriam substituí-la, — certamente contribuiu para que em fevereiro novos atos marcassem a crescente desunião dos Reinos ditos "Unidos". Estão nesse caso a criação do Conselho de Procuradores Gerais das Províncias do Brasil e a determinação de que leis portuguesas no Brasil só fossem aplicadas se recebessem o "Cumpra-se" do Príncipe-Regente.

A proibição do desembarque de novas forças lusitanas no Rio de Janeiro, em março, foi consequência não só da desconfiança suscitada pela anterior atitude do Tenente-General Avilez, como das más notícias chegadas da Bahia, onde o primeiro choque entre tropas brasileiras e portuguesas, terminara com a vitória destas.

Também contribuíram para a decisiva posição posterior de D. Pedro o bom êxito de sua viagem a Minas Gerais, em abril, e a concessão do título de Defensor Perpétuo do Brasil; que a 13 de maio, aniversário de D. João VI, outorgou-lhe o Senado da Câmara carioca.

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