Têm mais o caráter de simples cadernetas de apontamentos pessoais, eventualmente de viagens, os quinze últimos Diários de D. Pedro II, de n.os 29 a 43, datados de 6 de novembro de 1889 a 24 de novembro de 1891, das vésperas da Proclamação da República e da partida para o exílio, até quase a morte do Imperador, ocorrida em Paris a 5 de dezembro desse último ano.
Somente o primeiro deles foi, em pequena parte, quanto à morte da Imperatriz, transcrito pelo Sr. Heitor Lyra em sua História de D. Pedro II, vol. III, de 1940. E em trecho maior, relativo ao período de 24 de novembro a 30 de dezembro de 1889, por Alcindo Sodré, no Suplemento "Artes e Literatura", de dezembro de 1949, do jornal Tribuna de Petrópolis.
Impressionará ao leitor do Diário n.º 29, a quantidade de charadas e versos, além dos habituais registros de leituras e visitas, que nele se contêm. Trata-se, antes do 15 de novembro, de simples distrações então usadas pelo Imperador, inclusive em sua última estada em Petrópolis.
Mais conhecidas são as anotações referentes à viagem para o exílio. Bons relatos, a respeito, são os de Tobias Monteiro, nas Pesquisas e Depoimentos para a História, de 1913; e do citado Embaixador Heitor Lyra, na maior biografia até hoje existente, de D. Pedro II; "A deposição do Imperador e a viagem para o exílio", cartas do Conde d'Eu à Condessa de Barral e de Pedra Branca, datadas de 11 de novembro a 4 de dezembro de 1889, apresentadas pelo Sr. Lourenço Luís Lacombe no Anuário do Museu Imperial, vol. XV — constituem outro lúcido depoimento a respeito.
E, quanto à permanência na terra de seus antepassados — O Imperador do Brasil D. Pedro II Proscrito em Portugal, de Rocha Martins, Porto, 1949.
Acrescente-se, incluída no Diário n.º 29, a visita a Camilo Castelo Branco, que este, por seu lamentável estado físico quis evitar, em carta enviada ao Imperador(1) Nota do Autor, mas foi realizada a 21 de dezembro de 1889, depois também lhe enviando D. Pedro II um soneto, que transcreveu.