"Diários" de D. Pedro II de 1891
No Diário n.º 36, de 26 de dezembro de 1890 a 20 de fevereiro de 1891, registrou o Imperador mortes de conhecidos: do arqueólogo Schliemann, que o acompanhou na Grécia, em 1876; do Conde de Villeneuve, diplomata e ex-principal proprietário do Jornal do Comércio, enterrado na Suíça, onde construíra capela. E da Condessa de Barral, sua amiga desde 1848, professora de suas filhas a partir de 1851, a quem dedicou sentido soneto.
Do Brasil viera a notícia de que o Congresso Constituinte votaria um projeto de pensão ao Imperador que declarou o seu desejo de aceitá-la, por partir da Nação.
Quanto às leituras, assinalou a dos Goncourts, sobre a sociedade francesa do século XVIII, e a de Loti.
A seus versos em francês significativamente denominou Fleurs d'Ennui.
Terminou esse Diário com soneto relativo ao desterro que sofria.
No de n.º 37, escrito em Cannes a partir de 20 de fevereiro, comentou artigo no Jornal do Comércio, publicado pelo Barão de Loreto, sobre a Condessa de Barral.
Ainda do Brasil, mencionou a declaração do Conselheiro José Antônio Saraiva, de admitir ele, Imperador, a federação.
A propósito de Silveira Martins assegurou que não conspiraria, para voltar ao trono.
E registrou, consternado, a notícia de que Couto de Magalhães, sofrendo das faculdades mentais, encontrava-se recolhido a um sanatório, em Barbacena.
A 28 de março de 1891, ainda em Cannes, iniciou o Diário n.º 38.
Preocupava-o, como a todos os brasileiros, o "encilhamento", patenteado no extraordinário aumento do número de companhias fictícias. No Jornal do Comércio, leu declaração do empregado do Tesouro Joaquim de Sousa Botafogo, desmentindo