D. Pedro I e D.Pedro II – acréscimo às suas biografias

Deixando o nosso país, passou o ex-Imperador pelo arquipélago dos Açores, que se conservara fiel a D. Maria II, a Rainha carioca, seguindo para a França, onde, como Duque de Bragança e Regente de Portugal, preparou a audaciosa campanha militar de reconquista do trono de seus antepassados. Indo novamente aos Açores, afinal desembarcou ao norte da cidade do Porto, em julho de 1832, após vinte e cinco anos de ausência de sua primeira pátria. Depois de grandes e gloriosas lutas, entrou vitorioso em Lisboa, em agosto de 1833. Deixando a Regência para que a filha subisse ao trono, cinco dias depois, a 26 de setembro de 1834, na mesma sala significativamente denominada "D. Quixote", do Palácio Real de Queluz, em que nascera 36 anos antes, morreu este extraordinário príncipe, que de dois países foi o Libertador(6) Nota do Autor.

II — Causas da Abdicação

Embora não possa haver dúvida quanto à espontaneidade do ato de D. Pedro I abdicando "mui voluntariamente" à coroa do Brasil na madrugada de 7 de abril de 1831, insistem alguns maus historiógrafos em opinar que a essa atitude foi forçado pela revolta popular iniciada na véspera, e que, aliás, apenas tinha em vista obter a reintegração de um ministério por ele demitido.

No capítulo anterior, documentadamente mostramos como desde o 1º semestre de 1829 já firmemente pensava o Imperador em renunciar ao trono brasileiro, caso a Assembleia Geral lhe negasse licença para ir pleitear, junto a alguns soberanos europeus, a causa de sua filha, a Rainha carioca D. Maria II, despojada da coroa portuguesa por seu tio D. Miguel. E, de acordo com rascunho de seu próprio punho, passado a limpo pelo fiel secretário Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, acrescentamos que confiava na ajuda que a respeito esperava conseguir do Rei Carlos X de França, tendo em vista a remessa

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