Estudos de história imperial

"Não sendo possível dirigir-me a cada um dos meus verdadeiros amigos em particular, para me despedir, e lhes agradecer ao mesmo tempo os obséquios que me fizeram; e outrossim para lhes pedir perdão de alguma ofensa, que de mim possam ter, ficando certos de que, se em alguma cousa os agravei, foi sem a menor intenção de ofendê-los, faço esta carta para que, impressa, eu possa deste modo alcançar o fim a que me proponho.

Eu me retiro para a Europa, saudoso da Pátria, dos filhos, e de todos os meus verdadeiros amigos. Deixar objetos tão caros é sumamente sensível, ainda ao coração mais duro; mas deixá-los para sustentar a honra, não pode haver maior glória.

Adeus, Pátria! Adeus, amigos! E adeus para sempre!

Bordo da nau inglesa "Warspite", 12 de abril de 1831.

D. PEDRO DE ALCÂNTARA DE BRAGANÇA E BOURBON."

* * *

Do mesmo dia é a carta ao único filho varão, o futuro D. Pedro II, em que pôde extravazar sua sentimentalidade de pai extremoso. Nisto o acompanharia, em termos ainda mais eloquentes, a Imperatriz D. Amélia, nos conhecidos, bombásticos, mas ainda assim comoventes "Adeuses da Imperatriz ao menino adormecido".

É a seguinte a primeira carta do ex-Imperador ao seu filho de cinco anos e quatro meses de idade:

"Meu querido filho e meu Imperador.

Muito lhe agradeço a carta que me escreveu; mal a pude ler, porque as lágrimas eram tantas, que me impediram o ver; agora, que me acho, apesar de tudo,

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