Estudos de história imperial

um pouco mais descansado, faço esta para lhe agradecer a sua e certificar-lhe que, enquanto vida tiver, as saudades jamais se extinguirão em meu dilacerado coração.

Deixar filho, pátria e amigos, não pode haver maior sacrifício; mas levar a honra ilibada, não pode haver maior glória.

Lembre-se sempre de seu pai, ame a sua e minha pátria, siga os conselhos que lhe derem aqueles que cuidarem de sua educação e conte que o mundo o há de admirar, e que eu me hei de encher de ufania por ter um filho digno da pátria.

Eu me retiro para a Europa; assim é necessário, para que o Brasil sossegue, o que Deus permita, e possa para o futuro chegar àquele grau de prosperidade de que é capaz.

Adeus, meu amado filho, receba a bênção de seu pai, que se retira saudoso e sem mais esperanças de o ver.

D. PEDRO DE ALCÂNTARA.

Bordo da nau "Warspite", 12 de abril de 1831."

Inútil seria ressaltar a emoção que se encerra nas linhas dessa carta, singularmente profética quanto ao destinatário e ao próprio autor.

* * *

Desde o dia 10, porém, fora D. Pedro forçado a iniciar correspondência de outra natureza, relativa às suas circunstâncias financeiras.

Dirigindo-se ao Marquês de Caravelas, membro da Regência Trina Provisória, expôs-lhe, com a franqueza que o caracterizava, o que sinceramente julgava serem

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