George Canning e o Brasil 2º v.

ocupando a pasta do Exterior; tudo iria fazer para estimulá-lo e apressá-lo. A conjunção de tantos fatores favoráveis fazia prever, pois, o início de um brilhante período de entendimento entre os dois povos, muito embora já se tivesse feito notar, como agente de dissolução, a ameaça das potências da Santa Aliança de intervir na política portuguesa para tentar solucionar, de uma maneira conveniente à afirmação dos princípios legitimistas, a complexa questão brasileira.

2 - Tentativa de negociações diretas com o Brasil

"Confiando nos talentos do conde de Palmela", escreveu Stapleton(2) Nota do Autor "absteve-se Canning de continuar a discussão sobre o reconhecimento do Brasil no intuito expresso de deixar que a notícia da contrarrevolução em Lisboa produzisse todo o seu efeito no Rio de Janeiro". Ao mesmo tempo, comunicou a Palmela que adiaria qual quer comunicação definitiva ao governo brasileiro até que conhecesse as opiniões do novo Ministério, instalado em Lisboa, com referência a uma acomodação com o Brasil. Esse afastamento temporário do titular do Foreign Office não significava, entretanto, qualquer alheamento seu do cenário político, onde se discutia a questão, pois haviam chegado ao seu conhecimento informações relativas ao pronunciamento das potências continentais, feito mais ou menos na mesma época, contrário ao reconhecimento da independência do Brasil.

Naquela fase inicial da questão, Canning tinha em mente, antes de tudo, preservar a coroa do Brasil para a

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