George Canning e o Brasil 2º v.

por volta de 1827, o ano fatídico que assinalou, igualmente, a morte de Canning.

Já no fim da administração Liverpool, ou seja, mais ou menos em 1825, havia se declarado uma crise na Inglaterra, provocada pelo desajustamento social que ocorrera no país, como consequência remota, mas direta, da terminação da guerra contra a França. A insatisfação, o mal-estar geral, o desemprego dando origem a uma agitação revolucionária do mais violento tipo, clamavam por reformas drásticas e urgentes, tanto no terreno econômico, como no plano das reivindicações de classes. Por outro lado, a questão da redução dos impostos sobre o milho apaixonava e dividia os políticos e, enquanto os ânimos se exaltavam nesse setor, os comerciantes da City, que haviam se engajado na aventura do Eldorado sul-americano, começaram a experimentar os primeiros efeitos compensadores do drive, que haviam empreendido, entre 1808 e 1812, para a conquista daqueles longínquos mercados.

Em face do desespero que lavrava nas classes pobres e da prosperidade que passou a recompensar a audácia empreendedora das classes ricas, um desequilíbrio estabeleceu-se na estrutura da organização inglesa, com sintomas graves de caos financeiro iminente a exigir uma intervenção pronta do governo. Diante, porém, da indecisão do Gabinete, todos os olhos se voltaram para a América Latina que, com as imensas possibilidades oferecidas pelos seus mercados, poderia solucionar a crise interna britânica, absorvendo os excedentes da produção de manufaturas que a Revolução Industrial estava contribuindo para acumular nos armazéns.

Os pródromos da experiência brasileira haviam provado ser compensadores para a Grã-Bretanha. Desde que entrara em vigor o tratado de comércio de 1810, um fluxo crescente de negócios, entre Londres e o Rio de

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