Janeiro e vice-versa, passara a estimular a ambição dos exportadores da City que, descontados os disparates que haviam cometido por ocasião da abertura dos portos, sempre embolsaram lucros vultosos nessas transações através do Atlântico. O enfraquecimento da dominação do governo de Madrid sobre o Novo Mundo permitiu, igualmente, que as suas numerosas colônias ficassem abertas à penetração do comércio e dos investimentos estrangeiros. A conjugação dessas circunstâncias, o paralelismo das oportunidades oferecidas simultaneamente pelos mercados da América Espanhola e da América Portuguesa atuaram sobre a imaginação da empreendedora população inglesa, gerando as mais extravagantes esperanças e dando origem aos mais audaciosos projetos. Como tocada por um impulso secreto e irresistível, uma larga porção do público britânico, devaneando sobre a possibilidade da acumulação, da noite para o dia, de imensas fortunas, atirou-se, de corpo e alma, à mais desenfreada especulação, investindo o que tinha e o que não tinha em qualquer plano, que surgisse, para a exploração das riquezas ocultas no Eldorado sul-americano. A princesa Lieven, esposa do embaixador russo, escrevia, de Londres, a seu amigo e confidente Metternich, em 27 de janeiro de 1825: "não podes imaginar como todos aqui se mostram alucinados com as companhias na América do Sul. Toda a gente, da lady ao lacaio, está arriscando seu dinheiro, quer para despesas miúdas ou seus salários, nessas empresas, e imensas fortunas têm sido feitas, no período de uma semana. Ações da companhia de minas de ouro Rial del Monte, adquiridas a 70 libras foram vendidas a 1.350 libras, oito dias depois"(13). Nota do Autor Uma verdadeira febre de sociedades anônimas tomou de assalto o país, com a organização, uma