George Canning e o Brasil 2º v.

sólida estrutura comercial britânica, do outro lado do Atlântico, o Brasil, liberto do sistema monopolista português, alçava as suas asas para o grande voo da sua definitiva afirmação, política, econômica e administrativa, como nação soberana. Os ciclos da exploração colonial já haviam se tornado história do passado e, favorecida pela nova mentalidade que se formara em consequência de um mais largo e direto contato com o mundo, sua economia se organizou em bases estáveis e sólidas, garantida pelas necessidades crescentes de mercados certos que se abriram na Europa. Como resultado da procura, sempre maior, pelos seus produtos, o Brasil evoluiu num sentido ascensional e lógico, com consequente expansão das suas fontes de produção, melhoria dos seus transportes, elevação da qualidade intrínseca das suas exportações e desafogo progressivo do seu tesouro. O algodão, que era produto líder do seu comércio exterior, acusou um aumento de 500 por cento em seus preços, aumento este provocado, a princípio, pela guerra dos Estados Unidos contra a Inglaterra, mais tarde, pela extinção do bloqueio continental, em 1815 e, finalmente, pelas enormes perspectivas que se ofereceram às exportações de tecidos ingleses para os velhos mercados da Europa e para os novos mercados das duas Américas(18). Nota do Autor O número de navios britânicos, que passaram a escalar pelo porto do Rio, aumentou substancialmente a partir de 1815, sendo que, em 1821, já havia ultrapassado o seu dobro. No mesmo período acima referido, de 1815 a 1821, segundo Chamberlain mandava dizer para Londres, as mercadorias que saíram do Rio para portos estrangeiros multiplicaram cinco vezes de valor.

Enquanto aumentavam as exportações brasileiras, cresciam, igualmente, as suas importações da Inglaterra,

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