o que denotava uma extraordinária vitalidade da nascente economia do Brasil. Em 1825, as exportações da Inglaterra para o Brasil representaram a metade do valor das mercadorias inglesas, enviadas para os Estados Unidos, sendo ligeiramente inferiores ao total das exportações realizadas para as Índias Ocidentais Britânicas(19). Nota do Autor Uma onda de progresso de prosperidade e de realizações alargava-se por toda a extensão do território brasileiro, estimulada, cada vez mais, por novas e audaciosas medidas administrativas e sofrendo o influxo benéfico do crescente interesse do capital estrangeiro.
Esse palpitar de vida nova, esse anseio de afirmação nacional, essa revelação de uma transformação que se processava, seguindo uma harmoniosa curva ascensional que, vindo do período colonial, estabilizara-se na fase do Reino Unido e começava a subir, quase verticalmente, depois da independência, denotavam a existência de forças secretas atuando no subsolo da estrutura brasileira, acelerando a sua formação, emprestando-lhe a configuração étnica, econômica e política da poderosa nação em que, pouco depois, o Brasil iria se tornar. Se acompanharmos o fio condutor dessa transformação, recuando no tempo - da complexidade com que ela se apresentou, logo após a independência, até o período inicial que se situou na fase da transferência da corte para o Rio de Janeiro - teremos de reconhecer que, entre as forças de propulsão, que atuaram a favor da formação brasileira, uma das mais fortes, mais decisivas, excetuando, naturalmente, a enorme contribuição do seu próprio povo, foi incontestavelmente a que derivou da política de Canning, das suas implicações, das suas consequências.