A formação do federalismo no Brasil

E dá a filosofia federalista da história do Brasil:

"Havia (antes da Independência) uma série de forças centrífugas que solicitavam as capitanias e províncias no seu desenvolvimento interno, ao passo que elas obedeciam todas àquele movimento de translação, que era o único movimento geral. Depois da Independência, porém, as províncias fundiram-se em uma massa compacta, e não são outra coisa mais do que a vasta superfície de um corpo com um centro único, não tendo outro movimento senão o de rotação em torno dele."

E apresenta as quatro razões em favor do Federalismo:

As distâncias; a diversidade de interesses; a exigência de um governo estritamente provincial; a necessidade de impedir-se a absorção das províncias pelo centro.

Mas, concretamente, o que propunha Nabuco ?

"Queremos organizar a responsabilidade efetiva da administração neste país, tornando-a em todas as suas partes eletiva e responsável para com os governados."(11) Nota do Autor

Repetindo-se a lição de Tavares Bastos, presente em toda a sua argumentação, Joaquim Nabuco postula governos provinciais, para as províncias. Claro que pede, também, medidas simpáticas e atuais, posto que líricas: aplicação dos recursos naturais na própria localidade e extinção da absorção das capacidades provinciais pela Corte...

Havia, podemos sentir em muitas passagens deste discurso, um sentimento de viva hostilidade ao "governo do Rio" - queria-se a libertação dos sentimentos provinciais da tutela da Corte...

A tese de Nabuco, portanto, é simples e clara: a Federação trará a descentralização necessária, e, esta, assume a forma da eletividade dos presidentes. E diz:

"O que venho propor é a criação de repúblicas, como hão de ser os diferentes estados confederados do Brasil, unidos pelo laço nacional da monarquia."(12) Nota do Autor

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