A formação do federalismo no Brasil

charge eloquente de Ângelo Agostini, temos algo mais positivo - Federação é descentralização e esta se realiza pela eleição dos presidentes de província. São dois projetos, dentro da mesma linha, os que apresenta Nabuco e cuja argumentação justificativa resumiremos, já que significa a síntese mais coerente do que se tinha por Federação no final do Império e, onde, quase distraidamente, nos dá a chave do enigma do "Federalismo",

Para Nabuco, Federação era sinônimo de autonomia, e a história brasileira, a história de todas as revoluções brasileiras, podia ser interpretada como luta entre as províncias e o centro.

Transcreveremos alguns trechos significativos desta posição:

"A Federação é uma revolução contra as velhas tradições monárquicas, contra as modernas tradições latinas."

E refere-se logo a:

"Os 45 anos deste reinado em que centralização se aperfeiçoou e fez desaparecer completamente da superfície o espírito, que aviventa toda a nossa história."(8) Nota do Autor

Mais adiante:

"Com a Regência, com a minoridade do Imperador, com esse ensaio de República, viu-se naturalmente um verdadeiro caos, e este caos não foi mais do que a invasão do particularismo contra o jugo da nova metrópole: transportada de Lisboa para o Rio, contra o sistema todo de nossa coesão política que, por ser de força e autoridade somente, ainda não tinha produzido a verdadeira unidade nacional."(9) Nota do Autor

Prosseguindo, Nabuco define enfaticamente a Federação como "a independência das províncias", expressão que repete várias vezes seguidas, afirmando, por exemplo, que "somente a independência real de cada província dentro da sua órbita, dentro de tudo aquilo que não for preciso que ela ceda a bem da unidade do Estado"...(10) Nota do Autor

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