Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo

Repetindo, infindavelmente, os vaivéns do meridiano papal, daí a uma dúzia de anos, as duas majestades imperiais fazem nova combinação. A 12 de fevereiro de 1761, outro tratado de limites (Tratado do Prado), firmado em plena atmosfera de tensão bélica, dá o dito por não dito. Em vez do ajustado em Madri, preferem recomeçar. Tudo será como se nada se houvesse alterado do Tratado de Tordesilhas.

Passam-se uns anos de nova guerra luso-espanhola. Até que, ao começar o último quartel do século, irá dançar mais uma vez o incrível meridiano de 1493.

Novo tratado, "para estabelecer perpetuamente a harmonia, boa amizade e inteligência que correspondem ao estreito parentesco e sublimes qualidades de tão Altos Príncipes ao amor recíproco que se professam" - Tratado de Santo Ildefonso, a 19 de outubro de 1777, cuja letra manda readotar os limites determinados pelo de Madri em 1750.

Esse predestinado instrumento diplomático confessa-se de natureza transitória. Tudo ficará a depender das conclusões que venham a impor-se às pesquisas dos demarcadores. Porque, embora já se possuam dados apreciáveis acerca dos rios Madeira e Javarí, essenciais para fixação das lindes, Portugal e Espanha declaram abertamente sua santa ignorância em relação às terras que medeiam entre os dois rios: "... quanto ao espaço intermédio e deserto, confessamos de ambas as partes que estamos todos às cegas".

Mas, apesar de "a Divina Providência" haver novamente "excitado nos augustos Corações de Suas Majestades Fidelíssima e Católica o sincero desejo de extinguir as discórdias que tem havido entre as duas Coroas", os "Sereníssimos Reys" vivem a engalfinhar-se. E só a 6 de junho de 1801, na praça espanhola de Badajoz, à margem

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