Humboldt", suspeito ao trono de andar estudando futuros caminhos para a penetração de navios estranhos. Ao protesto do Imperador, a Bolívia recua. E os rios da planície continuam fechados, a despeito de haverem os Estados Unidos tentado envolver-se na complicação.
Recua. Mas insiste para que levem a cabo as convenientes demarcações, que haviam sido abandonadas com o esquecido Tratado de Santo Ildefonso.
Insiste sempre, cada vez mais firmemente, durante quase doze anos.
E por que faz a Bolívia tanta questão de delimitar fronteiras em um trecho de floresta que, no traçado de seus próprios mapas, ainda é assinalado por este título sincero, em letras bem destacadas: "TIERRAS NO DESCUBIERTAS"?
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É que, no desmarcado de tão impenetráveis matas - em cujo coração corre um estreito rio, que vem lá dos contrafortes andinos, serpenteando em direção ao nascente - vegeta um mundo de árvores pojadas de estranhíssima seiva.
Já nos diários de viagem de Cristóvão Colombo, o navegante deixara assinaladas as "qualidades peculiares de uma certa goma", cujo valor não se poderia desprezar, visto como as tribos que habitavam as bordas do lago do México a aproveitavam, em grandes quantidades, para pagar tributo aos poderosos aztecas.
Também os índios de Quito a utilizavam para alumiar suas malocas, para fazer sapatos, para impermeabilizar os tecidos de vestimenta, como ensinaram depois aos invasores e missionários espanhóis.
A esquisita goma servia ate para fabricar o objeto de um jogo, que pareceu "coisa curiosa" ao jesuíta Charlevoix,