Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo

Humboldt", suspeito ao trono de andar estudando futuros caminhos para a penetração de navios estranhos. Ao protesto do Imperador, a Bolívia recua. E os rios da planície continuam fechados, a despeito de haverem os Estados Unidos tentado envolver-se na complicação.

Recua. Mas insiste para que levem a cabo as convenientes demarcações, que haviam sido abandonadas com o esquecido Tratado de Santo Ildefonso.

Insiste sempre, cada vez mais firmemente, durante quase doze anos.

E por que faz a Bolívia tanta questão de delimitar fronteiras em um trecho de floresta que, no traçado de seus próprios mapas, ainda é assinalado por este título sincero, em letras bem destacadas: "TIERRAS NO DESCUBIERTAS"?

* * *

É que, no desmarcado de tão impenetráveis matas - em cujo coração corre um estreito rio, que vem lá dos contrafortes andinos, serpenteando em direção ao nascente - vegeta um mundo de árvores pojadas de estranhíssima seiva.

Já nos diários de viagem de Cristóvão Colombo, o navegante deixara assinaladas as "qualidades peculiares de uma certa goma", cujo valor não se poderia desprezar, visto como as tribos que habitavam as bordas do lago do México a aproveitavam, em grandes quantidades, para pagar tributo aos poderosos aztecas.

Também os índios de Quito a utilizavam para alumiar suas malocas, para fazer sapatos, para impermeabilizar os tecidos de vestimenta, como ensinaram depois aos invasores e missionários espanhóis.

A esquisita goma servia ate para fabricar o objeto de um jogo, que pareceu "coisa curiosa" ao jesuíta Charlevoix,

Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo - Página 23 - Thumb Visualização
Formato
Texto