Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo

em nome dos seus respectivos governos, que se complete a demarcação de limites, fazendo-a na parte compreendida entre o Madeira e o Javarí. Aquela mesma na qual, em 1777, as diplomacias lusa e espanhola confessavam andar "às cegas".

E porque o governo brasileiro se comprometera, de sua parte, a nomear "com a menor demora possível os seus comissários", em novembro do mesmo ano, os seus representantes se encontram, na altura do paralelo 10°20', com a missão boliviana mista que vai buscar os dados que confirmem - ou infirmem - as nascentes atribuídas ao rio Javarí pelo Tratado de Ayacucho. A representação brasileira leva à frente, como chefe credenciado por altos títulos de competência e austeridade moral, uma eminente figura militar - o Coronel Doutor Gregório Taumaturgo de Azevedo.

Com menos de dois anos de trabalhos, o Coronel Taumaturgo dá o brado de alarme. Denuncia os dados geodésicos alvitrados pelo instrumento de 1867 em relação à principal vertente do Javarí, "cujas coordenadas, calculadas por estimativa, não constituem por certo a expressão da verdade". Lembra ao Governo que, "a aceitar o marco do Peru como o último da Bolívia", equivaleria para o Amazonas "perder a melhor zona do seu território, a mais rica e a mais produtora". Toda uma zona "aliás explorada e povoada por nacionais e onde já existem centenas de barracas, propriedades legitimadas e demarcadas, e seringais cujos donos se acham de posse há longos anos, sem reclamação da Bolívia".(4) Nota do Autor

O Brasil comunica à Bolívia as razões sobre as quais Taumaturgo alicerça a sua denúncia.

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