Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo

Trazia certamente como incumbência principal antes, de mais nada, desfazer "a guerra que contra a Bolívia iniciou o Coronel Gregório Taumaturgo de Azevedo" - o inflexível comissário "que não pôde fazer prevalecer ante a Chancelaria brasileira suas pretensões obstrucionistas das demarcações com a Bolívia". E de tal modo se integrou no espírito da missão, que, ao cabo de algum tempo, a frágil sensibilidade do diplomata andino martirizava-se, sobretudo, diante do destemor com que o engenheiro demissionário "iniciou hostil campanha contra o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, General Dom Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira, acusando-o de entregar à Bolívia os mais ricos territórios seringueiros do Estado do Amazonas".(1) Nota do Autor

O governo que o escolheu para Enviado Extraordinário não se enganou quanto aos seus méritos de diplomata.

A missão foi cumprida integralmente. E cristalizou-se no habilíssimo instrumento que é o protocolo de 23 de setembro de 1898, por via do qual o Brasil reconhecia que o território antes sujeito a discussões, limitado então pela agora chamada "linha Cunha Gomes" era "incontestavelmente boliviano".

Praticamente, esse reconhecimento se traduzia por uma simples medida de significação palpável e imediata, contida no telegrama que o Chanceler passava um mês depois ao Governador do Amazonas:

"... Podeis concordar no estabelecimento do posto aduaneiro do Acre ou Aquiri, em território incontestavelmente boliviano, isto é, acima da linha

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