Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo

tirada do Madeira ao Javarí, na verdadeira latitude determinada pelo Capitão Tenente Cunha Gomes..."

Quem vai, em pessoa, inaugurar a importante alfândega é o próprio Ministro Dr. José Paravicini, cuja partida do Rio se efetua, silenciosamente, nos últimos dias de novembro de 1898.

Ao alvorecer do primeiro dia do ano de 1899, os brasileiros que habitam as margens do Baixo-Acre assistem, com estupefação, a um espetáculo inteiramente inédito. A passagem de um navio em cujo mastro grande flutua a bandeira boliviana. Veem pela primeira vez um pavilhão estrangeiro penetrar aquele afluente do Purús, um rio interior ainda fechado a toda navegação internacional.

No dia seguinte, sobre o alto de um barranco da margem esquerda, a cinco milhas do seringal "Caquetá", Sua Excelência toma "oficialmente posse desse território em nome do Governo da Bolívia". Deita discurso entusiástico, exaltando "a velha, leal e boa amizade que reina entre o Brasil e a Bolívia". Ergue vivas ao Presidente Campos Sales. E com a lavratura de uma ata solene, funda a primeira cidade boliviana na região, dando-lhe nome pelo artigo 3.° do seu primeiro decreto:

"Art. 3° - Desta data em diante, a dita cidade denominar-se-á PUERTO ALONSO, em homenagem ao Exmo. Sr. Presidente da República, Dr. Severo Fernández Alonso, sob cujos auspícios se levou a cabo a expedição boliviana de ocupação destes territórios".(2) Nota do Autor

Assim homenageada, muito à sul-americana, a onipotência em vigor no seu país, a pena do Dr. Paravicini não terá daí por diante um dia de repouso.

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