Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo

Serão decretos sobre decretos, cada qual mais propício a determinar o estarrecimento e a revolta dos acreanos.

Primeiro, os que legislam sobre a navegação dos rios Acre, Purús e Iaco, que ficam abertos a "todas as nações que têm amizade com a Bolívia". Basta que "substituam a sua própria bandeira pela boliviana" e tragam em ordem todos os seus documentos. Mas não deixem de atender a semelhantes exigências, "sob pena de serem declarados piratas e tratados como tais."(3) Nota do Autor

Depois, os que dispõem sobre problemas de maior objetividade, fáceis de serem compreendidos pelas inteligências mais singelas: os decretos relativos a impostos. De 15% ad valorem sobre a importação em geral. De 30 a 40% sobre vários gêneros absolutamente indispensáveis à vida dos acreanos.

Com quatro meses de poder, o diplomata se transformara num tirano capaz de todos os extremos de prepotência. E de tal forma tem esmagada, sob os coturnos, a população que lhe está sujeita, que, por meados de abril, delibera tornar ao Rio de Janeiro, para reassumir seu alto posto diplomático.

Retirando-se, deixa como Governador da nova cidade o auxiliar que trouxera como secretário da sua Delegação - Dom Moisés Santivañez.

A política do ex-cônsul da Bolívia em Belém é inteiramente oposta à do seu antecessor.(4) Nota do Autor Possuindo, de fato, a finura e a galanteria que no Dr. Paravicini serviam apenas para disfarçar um arcabouço de senhor feudal, Santivañez conduz-se com requintada habilidade. Procura evitar conflitos e perseguições. Tenta acomodar a

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