INTRODUÇÃO
1
Nos fins de 1912 foi o país sacudido por uma notícia alarmante, que deixou apreensiva e em suspenso a sua opinião pública: - um grupo de sertanejos, que se acreditava apenas armado de uma fé exaltada e desviada da ortodoxia católica, conduzido por um monge ignorado e ignorante, nos Campos do Irani, atual município de Concórdia, Estado de Santa Catarina, então sob a jurisdição do Estado do Paraná, havia desbaratado um contingente da Força Pública paranaense e tirado a vida, a golpes de facão, não só a numerosos componentes seus como ao seu próprio comandante, oficial brilhante do Exército, aureolado pela fama de bravo e alta expressão da vida social do Paraná.
A notícia, logo difundida pela imprensa dos dois Estados e a seguir pela de todo o país, em breve tomou conta dos gerais comentários, alcançando os mais afastados rincões onde, embora não pudesse determinar a mesma intensidade emotiva que naqueles provocara, não deixou de ser assunto de grandes apreensões, justificadas, aliás, ante as probabilidades que se abriam de vir o acontecido a determinar uma nova luta fratricida, desta vez nos sertões sulinos, a exemplo do que se verificara, não havia ainda um quarto de século, nos sertões da Bahia.