Esta configuração geofísica de Santa Catarina influiu diretamente na vida dos seus habitantes, no desenvolvimento da sua sociedade, na diferenciação de áreas culturais diversas e, consequentemente, no seu destino.
Enquanto nos primeiros séculos que se seguiram à descoberta, a região litorânea tinha escancaradas todas as portas aos mais diversos contatos, à aproximação de outras culturas, o planalto teve contra si o isolamento ao qual a barreira da Serra Geral o condenou.
Como não poderia deixar de ser, os primeiros estabelecimentos humanos do nosso tipo de civilização levantados em terra catarinense verificaram-se no litoral. O mar era o caminho aberto e franco - embora não sem perigos - para as aventuras de conquista e a orla da costa oferecia uma facilidade maior à penetração. A conquista das terras do sul não exigia a aparatosa formação das bandeiras destinadas a se internar pelo sertão adentro. Nem o numeroso contingente humano para a sua composição, nem o volumoso aparelhamento para suprir as necessidades decorrentes da penetração - portanto, um volume bastante menor de despesas, que aqueles outros empreendimentos sempre exigiram.
O perigo da reação do aborígine foi comum. Mas, na costa, menores as dificuldades do terreno, mais fácil o transporte dos implementos, mais prontos os socorros de que viesse a bandeira a carecer. A costa, desde os começos do séc. XVI era conhecida dos navegantes e frequentada pelos exploradores de todas as nacionalidades. Se havia mister fixar o homem nas terras do sul, para garantir a conquista e preservar os domínios d'El-Rei dos intrusos de outras nacionalidades, é bem verdade que uns e outros já as haviam desvendado e descrito. Não se