João Maria: interpretação da Campanha do Contestado

pelos rios São Francisco, Negro e Iguaçu"(12) Nota do Autor que o levou erroneamente a supor que "os sertões desses rios estavam, como antes da supressão da Capitania de São Paulo e desses atos oficiais posteriores, nas fronteiras da restabelecida Capitania".(13) Nota do Autor

Assumindo um governo que então recém se restaurava, o Morgado não atendera, por ignorância, às modificações lindeiras que nos 17 anos em que durou a supressão, haviam sido feitas, e tomou como território de seu governo aquele de antes da extinção.

É verdade que Mafra desconfia dessa ignorância do Morgado, afirmando, à vista das cartas que o mesmo escrevera a Pombal, nas quais dizia que os sertões das Capitanias correspondiam às testadas da costa, conforme sempre se fizera no Brasil, e tomando atitude inteiramente oposta, pretendendo que os limites de Santa Catarina não seguissem tal orientação, ficando o seu território apenas "da serra para baixo" e os sertões correspondentes para o governo de São Paulo, que o mesmo tinha dois modos diversos de interpretar os limites da sua jurisdição ... Mas, ou por ignorância ou por má-fé, intencionalmente, o fato é que, dessa atitude bifronte de D. Luís Antônio de Sousa, resultaria uma séria desavença que no futuro iria contribuir para um conflito armado, atuando senão como causa determinante, pelo menos como causa adjuvante dele.

Numa das suas cartas a Pombal, o Morgado não esconde, sobre a questão levantada a respeito da fundação de Lajes, que o dito sertão correspondia à Vila de Laguna - que não era do seu governo - mas também não esconde que "apertou" com Correia Pinto para que fosse fundar a sua povoação justamente nele, prometendo-lhe um Hábito de Cristo para "depois da povoação estar edificada".

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