João Maria: interpretação da Campanha do Contestado

as razões da sua recusa, mas contrangido a partir, seguiu afinal com os companheiros - "e nunca mais apareceram".

Assim - e ao que se suspeitava, pelo próprio interesse dos aborígenes em ocultar a existência daqueles campos, estarem eles reservados para asilo seguro, em caso de luta com os paulistas - até 1832 os Campos de Palmas não se tornaram conhecidos e, até, de certo modo, a ideia deles se foi apagando.(18) Nota do Autor

Em 1832, os indígenas das Missões atacaram um tropeiro, de nome José de Sá Souto Maior, matando os homens da sua companhia. Souto Maior desapareceu, o seu cadáver não foi encontrado entre os dos que o acompanhavam, gerando-se a crença de que tivesse sido feito prisioneiro. Para resgatá-lo das mãos dos silvícolas, embora infrutiferamente, em 1836, seus parentes, auxiliados pelo Governo de São Paulo, organizaram uma expedição que penetrou o sertão e avistou "mais dos Campos de Palmas".

Foi, entretanto, um silvícola de nome Miguel que, para fugir às mãos de outros aborígenes que o haviam seduzido a acompanhá-los, teve de passar pelos Campos de Palmas, quem deles deu melhores e mais completas informações. Exigindo as fazendas de criação campos extensos para o gado, à vista de tais notícias, em Guarapuava organizaram-se duas expedições, dirigidas, a primeira por José Ferreira dos Santos e a segunda por Pedro Sequeira Cortes, para descobri-los e aproveitá-los.

Novamente os paulistas invadiam o território que Santa Catarina defendia como seu, apoiada em disposições régias - e que já tinha sido objeto de estudos, nas linhas fronteiriças, a mandado do Ministro do Império (Aviso de 6 de maio de 1838), de uma comissão de homens ilustres - e, em 1841, o Presidente da Província de São Paulo, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar,

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