CAPÍTULO I
O ÍNDIO
O indígena existente no planalto era o Guainá, nação tupi-guarani, gente do mesmo stock linguístico que o das demais tribos sul-americanas.
Eram seres humanos formados de diversas estirpes raciais, das quais destaco a mongólica que lhes emprestou a cor e a fisionomia e a negroide que lhes atenuou a braquicefalia e aumentou algures a estatura; bem como a que chamo de protodolicomorfa americana, representada pelos primitivos homens dos sambaquis.
É possível que outras origens tenham tido não pequena monta na formação do indígena. Talvez uma origem, polinésica, malaia ou mediterrânea seja esclarecida, de modo ainda insuspeitável. É possível que, com o correr das idades, novas achegas se estabeleçam no sentido de melhor ficar esclarecida a origem do homem americano, mas o que se pode afirmar desde já é: a) grande antiguidade do índio na América; b) sua fisionomia mais ou menos mongólica, desde o círculo polar ártico até à Patagônia; c) sua cor mais ou menos escura; d) sua mais ou menos acentuada braquicefalia, que se faz notar na razão inversa das latitudes geográficas; e) a enorme dissemelhança de seus idiomas; f) a imensa heterogeneidade morfológica, o que faz certa a sua diversidade de origens.
Entretanto, o que todos os habitantes primitivos da América apresentavam era falta de defesa orgânica contra todas as moléstias adventícias à América. A esse respeito a sua fragilidade era confrangedora. O aspecto atual do americano é doloroso.