jornal, que desapareceu. Começou aí a afirmar-se, dentro de seus compromissos políticos, a estranha e sempre negada independência de opinião de Justiniano como jornalista.
No mesmo ano de 1836, surge O Cronista, fundado por Justiniano, que convidou para a redação Josino do Nascimento Silva, depois figura ilustre da vida pública do Segundo Reinado e jornalista de mérito. Mais tarde, entrou também para a redação d'O Cronista Firmino Rodrigues Silva, grande jornalista e amigo fiel e inseparável de Justiniano, por toda a vida.
O jornal aparece, como era de uso naquela época, com um lema: "Há no mundo quem tenha mais juízo que Voltaire, mais força que Napoleão - é o povo". De começo não se filia a nenhum partido, mantendo-se independente entre Feijó e Vasconcelos, em luta aberta pela divergência com que se interpretavam as atribuições do Governo e do Parlamento. Mas não durou muito essa atitude distante dos partidos. Em outubro, desaparecia a legenda d'O Cronista, que assumia atitude de oposição ao Ministério, secundando a campanha de Vasconcelos, Honório Hermeto e Rodrigues Tôrres, os três grandes chefes conservadores. Estava traçado o rumo partidário que Justiniano seguiria em toda a sua vida política.
Em setembro de 1837 cai Feijó, a quem O Cronista fizera violenta oposição. Investe-se Araújo Lima da Regência e organiza novo Gabinete, recebido com simpatia pelo jornal em que pontificava Justiniano. Em outubro, é Justiniano nomeado diretor do Correio Oficial, com 3:600$000 anuais de ordenado (Anexo. Nota I). Injúrias, doestos, cobrem o jornalista, que é dado como vendido ao poder. Esqueciam-se os atacantes de que a queda de Feijó e a subida de Vasconcelos eram devidas em grande parte à campanha d'O Cronista.
Começara a luta pela maioridade e os conservadores, em oposição a esse projeto, não tinham imprensa. Aos liberais, com vários jornais à sua disposição, bastaria a pena acidulada de Sales Tôrres Homem, que dirigia o Despertador.
Paulino José Soares de Sousa e Euzébio de Queirós convidaram então Justiniano e Firmino Silva a publicar novo jornal, pois O Cronista havia desaparecido em meados de 1839.