o não temos, mas em atenção à alta pessoa do Monarca e aos interesses da pátria".
A vida jornalística de Justiniano se iniciara, como já vimos, três anos depois de haver ele concluído o curso de ciências jurídicas na Faculdade de São Paulo.
Convidado, em nome de Sebastião do Rêgo Barros, para fundar um jornal de combate à Regência e ao Ministério, acedeu, aparecendo, então, o Atlante, sob os auspícios dos deputados pernambucanos, para cumprir o programa de oposição que lhe fora traçado. Fez Justiniano, nas colunas do seu primeiro jornal, campanha contra o tráfico de escravos, proibido desde 1830 pela convenção firmada em 1826 entre o Brasil e a Inglaterra. Revelava-se o jornalista de combate que seria em toda a sua carreira. Insurgia-se contra a frouxa repressão ao tráfico, contra o direito de propriedade que o Estado se arrogava ao apreender os africanos vindos em contrabando, para distribuí-los de forma ilegal e imoral por estabelecimentos públicos e por pessoas ligadas ao poder e às quais queria o Governo subornar ou obsequiar. Mais tarde, no entanto, Justiniano censuraria os que estranhavam tal procedimento e ele próprio se beneficiaria com o presente de um negro que lhe oferecera Bernardo Pereira de Vasconcelos.
Não só o tráfico de africanos merecera o combate do jornalista nas colunas do Atlante. Quando se pretendeu interromper a Regência, com o suprimento de idade à princesa Januária para que esta assumisse o trono, o Atlante fez enérgica campanha contra a manobra dos liberais. Mostrando o absurdo do plano tramado, perguntava como poderia D. Januária governar: "Com seus talentos? Eles ainda são ignorados, e não são as atuais circunstâncias muito oportunas para que os experimentemos: sua idade, seu sexo, trazem consigo o preconceito da fraqueza e debilidade, e para lutar contra o Anteo da revolução, é mister, todos o reconhecem, atleta vigoroso e enérgico". A revolução a que se referia era a do Rio Grande do Sul, onde irrompera a Guerra dos Farrapos.
O Atlante, fundado em 1836, teve existência de curta duração. Discordando dos deputados pernambucanos na questão do tratado português, Justiniano deixou de escrever o