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Maria Bárbara a Luís Paulino
[Sem endereço nem data.] (*) Nota do Autor
Homem virtuoso, tu saíste e deixaste o meu coração ralado de saudades. Mas, apesar deste inferno de angústias em que fico, bendigo a sorte de tirar-te de uma terra onde a virtude, a probidade são vãos fantasmas. Têm decorrido vinte e quatro horas depois da tua partida e que de coisas se têm dito, que mentiras os déspotas (perdoe-me algum que não mereça este nome) têm feito mil brejeirices a todos os deputados [sic] . Mesmo a bordo foram constantemente espiados e a tua sege foi acompanhada pelo sargento Eusébio, ordenança do perverso Paula.(1) Nota do Leitor Tu que, à custa da tua existência, queres o sossego e a lei mantida em seu vigor e a nação feliz, tu eras malvisto por este punhado de harpias sujas. Ouve mais e fica em espanto: o cobarde, o vil Rosado,(2) Nota do Autor logo que tu não lhe podias responder com a tua espada, espalhou por esta cidade que te desafiou e que tu não aceitaste o desafio. Sabe mais e dobra a tua admiração: que depois de sair desta casa, morto de medo, o vil foi a casa do Doutel e disse-lhe: "Venha ser meu padrinho para o forte do Barbalho pois desafiei F.(3) Nota do Autor e ele aqui há de vir". E ali se demorou com o Doutel até as cinco horas da madrugada, dizendo ao dito que "o fraco não vem". Confesso-te que estou tão indisposta que já me lembrei de