"Vimos grandes blocos de sal mineral (jukira kitan) ou iukira, empacotados em paneiros, trazidos de Mainas, quer de Tomabela, na província de Chimbo, quer de outro qualquer sítio que não chegamos a saber. Era de cor cinzento-azulada e deve aflorar em formações muito consideráveis."(28) Nota do Autor
O sal marítimo de Setúbal abastecia outras províncias e também chegava às cidades oésticas da bacia Amazônica para distribuição "em paneiros toscos, tecidos com folhas de palmeiras".(29) Nota do Autor
O Governo cobrava preços altos pela importação do sal, o que dificultava a expansão da pecuária no alto Amazonas. Conforme o sal ia conseguindo maiores vias de acesso, diminuía a importância dos barreiros ou lambedores, principalmente nas rotas de sal do Solimões, do Purus, do Madeira, do Negro. Porém, mesmo assim, arraigou-se uma tradição geofágica na Amazônia.
Uma das maneiras de atrair a boa vontade do índio era, entre outros argumentos, a de oferecer-lhe sal:
"Passei a brindá-los com aguardente, de que gostavam muito e com sal, de que dei ao principal uma grande cuia cheia e igualmente duas cuias pintadas. Todos os outros queriam a mesma oferta [...]"(30) Nota do Autor
"O sal orçava por 8.400 réis cada alqueire, que, às vezes subia a 30.000 [...] [em 1789]"(31) Nota do Autor
"As minas de sal de Jauru, anotava Ferreira [Alexandre Rodrigues Ferreira] em seu rascunho autógrafo, estão ao sul dos campos do Aguardipehi, no lugar chamado Tapera do Almeida, em 16°, 19' de latitude. Há mais dois lugares donde se tira sal e que estão uma légua distantes um do outro [...] e passando outra légua adiante [...] dahi se volta do poente para encontrar outras minas de sal [...]"(32) Nota do Autor
O gado e a estrada de ferro foram dois fatores nas regiões amazônicas do sul, que, ao correr dos anos, estimularam o comércio do sal.
O sal, hoje, participa ativamente da economia tocantino-araguaia, desde o instante em que começou o desenvolvimento da pecuária na região. O sal vem de Belém ou do Maranhão: "Os caminhões que transportavam couros para o Balsas retornavam carregados de sal maranhense"(33) Nota do Autor.
A rota do sal para o Tocantins-Araguaia fazia-se pelos rios Tocantins, Parnaíba, Balsas, Preto, Sono e outros, quando prosperava a indústria salineira no Porto Imperial (depois, Porto Nacional), no sertão da Bahia.(34) Nota do Autor Houve várias sugestões para uma rota menos dispendiosa,