Como exercício estético, a mãe bororo aquece o polegar na cinza quente, comprime o queixo do recém-nascido para cima a fim de que adquira uma posição correta, ao gosto tribal.(40) Nota do Autor
Em algumas tribos que usam o ipadu, misturam-no com cinza de imbaubeira.(41) Nota do Autor O ipadu é uma planta que, como a coca, devidamente preparada, produz alta excitação sensorial. É usado para evitar a fome e às vezes é misturado com a tapioca.(42) Nota do Autor
Entre outras utilidades da cinza, ela é empregada na cerâmica, como o fazem com o cauixi, que
"é a matéria que no rio Negro e em outros, mas sòmente nos d'água preta, se aglomera nas raízes das margens destes rios. O cauixi apresenta a forma de esponja e tem propriedades cáusticas. Os naturais utilizam-se da cinza do cauixi para fabricarem louça, misturando-a com argila."(43) Nota do Autor
Os Kalapalo empoam com cinza os pelos humanos a serem depilados ou raspados.(44) Nota do Autor Como ação medicinal, usam-na os índios Tukano (rio Negro) para aplicá-la sobre feridas.(45) Nota do Autor
A cinza, além de servir para as incisões corporais (tatuagens) duradouras, era, em algumas tribos, recolhida em urnas funerárias. Ao incinerarem os seus mortos, os Uaboi empregavam a cinza "no tratamento de certas enfermidades".(46) Nota do Autor
Após o parto, a mulher maué se lavava "com água e cinza de caveira de paca".(47) Nota do Autor
Alguns grupos humanos mais selvagens, como já vimos, carbonizavam os ossos dos parentes mortos e misturavam as cinzas com bebidas de frutas para ingeri-las e, assim, adquirir as qualidades do falecido.
Entretanto, essa prática, que se diz ter existido na Amazônia, já vem perpetuada em lendas dos povos mediterrâneos antigos. Em Halicarnasso, em Cária, a viúva de Mausolo mandou construir um suntuoso túmulo (mausoléu) para o marido, que aí nem ficou: "Sua