civilização dos povos do Darien e da América Central ou, mais diretamente, aos da Flórida e do vale do Mississipi por intermédio das Antilhas". Entretanto, ainda nada se pode afirmar nesse setor da Antropologia, confessa-nos Angyone Costa.
Acompanha J. Hurley a hipótese de Teodoro Sampaio de que os oleiros aborígenes de Marajó, da Guiana Oriental Brasileira e, notadamente, de Santarém trouxeram, "em sucessivos enxames que desciam pela costa ou pelas Antilhas, o germe de uma civilização superior, reflexo quiçá da Nahualt, dominante na América Central e no México, e que precedeu a asteca no Norte como a aimará precedeu no Sul aos incas".
Escreve Nordenskjold:
"Les recherches futures en Venezuela, région presque totalement inexplorée au point de vue archéologique, nous seront d'une grande utilité, pour mieux comprendre la civilisation indienne du bassin de l'Amazone: cites nous permettront de constater les liens culturels qui unissent cette région à la Colombie et à l'Amérique Centrale."
Vê-se, pois, que o pensamento de Nordenskjold afasta a civilização das tribos da Amazônia da influência dos povos do planalto Andino e a encadeia aos povos da América Central.
Vejamos ainda mais algumas dessas opiniões:
Barbosa Rodrigues, por exemplo, atribui aos neengaíba, um ramo colateral dos aruaque, a responsabilidade dos aterros sepulcrais de Marajó; e entre os etnógrafos estrangeiros que proclamam a origem nuaruaque da cerâmica marajoara encontra-se Ehrenreich. Já Ladislau Neto, Ferreira Pena e Hartt acreditaram na extrema antiguidade da civilização marajoara.
A cerâmica artística do Brasil é pós-colombiana?(1) Nota do Autor
Emilio Goeldi é de opinião que no território brasileiro não há uma única localidade que indique de maneira clara a existência de uma cidade pré-colombiana, ou monumentos arquitetônicos e ruínas de maior vulto, culturas, enfim, de uma época indubitavelmente anterior à invasão dos navegadores lusitanos. É dupla a causa desta dificuldade. Em primeiro lugar, os indígenas brasileiros da Antiguidade parecem ter sido possuidores de uma índole aparentemente diversa da dos povos arquitetos, tais como os astecas mexicanos e os incas peruanos. Em vez de sedentários, foram migratórios e nômades,