Escavações foram feitas tanto em Cuieiras como em Furinho, por uma expedição do Museu Paulista, integrada, em 1950, por Harold Schultz e Myrthes Nogueira e da qual participou também o autor, como representante do Museu Goeldi. Os objetos arqueológicos aí encontrados se acham no Museu Paulista.
Cuieiras e Furinho são tesos-cemitério, o que já se manifesta nos muitos cacos pintados e ornados encontrados à superfície. É interessante observar a completa ausência de cacos de tangas, quer do tipo pintado simplesmente em vermelho, quer do tipo vermelho sobre branco, os quais geralmente estão presentes em qualquer coleta feita à superfície dos tesos-cemitério da fase marajoara. Também nas urnas escavadas posteriormente em Cuieiras, só uma tanga foi encontrada. Uma acentuada escassez de cacos de tanga em Furinho também se faz sentir.
A maior profundidade atingida em Cuieiras não chega a dois metros e em Furinho a cerca de 1,70m em um corte geral de aproximadamente um metro e meio.
Na região marginal do teso, as urnas estão colocadas em diferentes alturas, mas numa só camada. Mais para o centro do teso, a colocação se torna de duplas camadas, nas quais as urnas ou estão depositadas imediatamente umas sobre as outras, ou separadas por uma camada mais ou menos espessa de terra.
As urnas estavam cobertas por meio de uma tampa com abertura para baixo. Essa tampa ou se salientava sobre os bordos da urna ou caia sobre eles. Muitas vezes, tais tampas foram quebradas pela pressão das urnas depositadas acima ou pela pressão da terra, e caíram para dentro das urnas. A maior parte das urnas continha restos de ossos humanos misturados com terra, os quais, na maioria dos casos, tinham-se decomposto inteiramente, formando na parte mais baixa da urna uma massa cinzenta escura misturada com terra.
Urnas com restos de cinza de ossos humanos foram achadas pelos Evans no baixo Camutins e no monte Carmelo; não puderam ser observadas. Tratava-se, neste caso, de urnas pequenas policrômicas ou sem pintura e que se encontravam sempre nas camadas superiores dos depósitos.
Três diferentes tipos de urna poderiam ser distinguidos:
1) Vasos antropomorfos, policrômicos ou sem pintura, de corpo globular achatado. Linha basal fracamente acentuada, ou ausente por completo; corpo mais alongado, formando na parte interior um cone que pode variar de tamanho. A altura desses vasos varia entre 35cm e oitenta centímetros e até mais. Este é o tipo que ocorre com maior frequência.
2) Vasos de pescoço cilíndrico e corpo globular, sendo o pescoço