decoração da cerâmica; mas, como outras tribos aí também coabitaram, não podemos afirmar com segurança a quem atribuir as peças achadas nessa região.
O padre Tastevin recolheu perto da embocadura do rio Tefé, afluente da margem direita do Solimões, numerosos destroços de vasos, que foram notavelmente descritos por M. Métraux. Eles mostram, apesar de particularidades locais, certas semelhanças com os trabalhos feitos em Santarém, sendo muito úteis ao estudo da extensão da influência desta região.
Cerâmica de Ererê
[Ver ilustração no original - Legenda: Cerâmica do Ererê. Neste fragmento, os intervalos entre as linhas verticais são ocupados por pregas toscas e simples, as quais são entretanto bastante interessantes, porque mostram o progresso que a tribo alcançara na arte da ornamentação (Hartt).]
Em 1876, informa-nos Hartt, acharam Orville Derby e Freitas, nos campos do Ererê, a sudoeste da serra de Tajuri (Itauajuri, pela carta geográfica do Conselho Nacional de Geografia), fragmentos de louça muito interessantes. Os campos do Ererê se situam ao norte da cidade de Monte Alegre, no estado do Pará.
Os fragmentos representavam um número considerável de vasilhas, mas estavam tão quebrados que impossibilitaram a reconstituição da forma antiga. O material ali colhido, diz-nos Hartt, assemelha-se ao da louça dos moradores dos altos, mas a ornamentação é diferente. Em virtude das frequentes queimas dos campos, os fragmentos acham-se muito estragados pelo fogo e muito gastos pela influência do tempo. Muitas das vasilhas foram de grande tamanho. Todas parecem ter sido destinadas para usos domésticos e não para enterrar mortos. A base de alguns objetos conserva ainda a impressão de um pano ou esteira grossa, sobre a qual a vasilha tinha sido fabricada.