Ensaios brasileiros de história

do futuro escritor Guimarães Rosa, já nessa época grande leitor e estudioso de idiomas.

De novo no Rio, matriculou-se na Faculdade de Direito, tendo completado o curso em 1931. Pelo sobrado pobre e desconfortável do Catete passava, na ocasião, um grupo de jovens que depois se projetaria nos mais diversos campos da vida nacional. A muitos deles — seus colegas de turma ou de vida acadêmica — Lacombe se ligou por laços de amizade que duram até hoje, ou duraram até à morte de alguns desses excelentes companheiros. Foram eles, entre outros, San Tiago Dantas, Antônio Gallotti, Elmano Cruz, Aroldo de Azevedo, Almir de Andrade, Hélio Viana, Otávio de Faria, Vicente Chermont de Miranda, Antônio Balbino, Gilson Amado, Thiers Martins Moreira, Plínio Doyle e, mais moço que todos, Vinicius de Morais.

Tendo recebido em casa formação religiosa, tornou-se um católico convicto, e isto o levou, ainda estudante, a procurar a Ação Universitária Católica e a frequentar o Centro D. Vital, onde teve oportunidade de aproximar-se de Jackson de Figueiredo e do sábio Padre Leonel Franca, S. J.

As inquietações e os ideais próprios da idade fizeram com que participasse, também, de agremiações juvenis, como o Centro Acadêmico Jurídico Universitário — o famoso CAJU — depois, Centro Acadêmico de Estudos Jurídicos, a cujas sessões, muitas vezes agitadas e ruidosas, costumava comparecer, e de cuja Revista de Estudos Jurídicos foi o principal redator, ao lado de San Tiago Dantas, Otávio de Faria e Hélio Viana. Nessa qualidade, promoveu um "Inquérito de Sociologia Brasileira", na época muito discutido, e que mereceu de Azevedo Amaral (Antônio José, autor dos Ensaios Brasileiros) este comentário: "A mocidade ainda na idade de aprender começa a dar lições aos que deveriam ter sido seus mestres". Nessa revista publicou também um artigo que seria o prenúncio de uma preocupação que nortearia toda a sua existência: o estudo da vida e obra de Rui Barbosa. Chama-se o artigo "Mocidade heroica de Rui Barbosa" e apareceu no segundo número, de agosto de 1930, quando o autor acabava de completar 21 anos de idade.

Recebido o diploma de bacharel, em nenhum momento se viu o jovem Lacombe atraído pelo exercício da profissão de advogado. Quase sem sentir, encaminhou-se para a atividade que, ao lado da de professor, seria o seu ganha-pão quotidiano: o serviço público. Ainda estudante, e dadas suas preocupações com os problemas do ensino, fora eleito 1º Secretário da Associação Brasileira de Educação. No próprio ano de formatura, era nomeado Secretário do Conselho Nacional de Educação, cargo em que permaneceu até 1939. Nessa qualidade recebeu várias incumbências do Ministro Gustavo Capanema, tendo realizado

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