os ares e o conspecto das nações pioneiras da civilização universal, causariam espanto, e seriam havidos por nações precocemente envelhecidas.
O Sr. Ruy Barbosa deixou perpetuada essa diferença radical entre as velhas nações e os estados transbordantes de vitalidade, no célebre discurso que pronunciou a 9 de outubro de 1907, perante a Primeira Comissão da Conferência de Haia, sobre o tribunal permanente de arbitramento. "Aqui, sentenciou ele, tudo se desenvolve lentamente. Já está senhoreada a terra toda. A carga da luta pela vida é esmagadora. Mas, para lá do Atlântico, nessas regiões de crescimento apressado, a seiva humana é como a das florestas: ela improvisa povos".
Claro é, pois, que, se esta seiva humana improvisa povos, improvisa, com eles, ideias, aspirações, processos novos.
O Sr. Ruy Barbosa acrescentou: "Nessas vastas bacias de imigração, onde a família se expande livre e numerosa como aquelas grandes flores da América, pompeantes à superfície das nossas belas águas tropicais, bastam, às vezes, uma ou duas gerações, para duplicar a população a um país tranquilo e próspero". Desta verdade, perfeitamente comprovada, resulta, como corolário, a existência de uma mentalidade correlata. Nós, pelo menos, não saberemos falar, nunca, do Brasil, mesmo no que se prende à agricultura e à pecuaria, às linhas de penetração territorial e de navegação, aos processos de trabalho e ao sistema de impostos, à influência da escravidão e da liberdade sobre o trabalho, sem sofrer a influência dessa vivacidade que borbota e estua de tudo quanto é americano, de tudo quanto é brasileiro, e que fez dos Humboldt, dos Liais, dos Langsdorff, dos Neuwied, dos St. Hilaire, dos Debret, dos Spix e Martius, como de todos os frios sábios e investigadores estrangeiros que o amor da ciência e da humanidade trouxe até nossas regiões, verdadeiros poetas, que confundem a cada passo a nomenclatura das classificações botânicas, mineralógicas ou zoológicas com os brados