e de frutos à mão, que a selva lhes oferecia com o só esforço de colherem-nos.
O pau-brasil era a abastança. Proibindo a lei que o colono o explorasse, vedando-lhe até que o queimasse, não tendo, pelo monopólio que se reservara à Coroa, mais que o direito de utilizá-lo nalgumas construções, ele contrabandeava.
O contrabando era facílimo num país de costas extensíssimas, e sem gente, onde o indígena, quando era perseguido, como acontecia geralmente, entrava com facilidade em contato com os contrabandistas, para auxiliá-los na exploração das madeiras, escambando com eles por instrumentos de lavoura, de caça, adereços e objetos de adorno. Tal e qual nas Índias: "Não se tratava de uma conquista regular, ou de uma metódica colonização. Pretendia-se transferir das Índias para Lisboa tudo o que valesse a pena para o reino".(11) Nota do Autor
Dizia mais o sisudo historiador:
"Era opinião corrente em Portugal que partia-se para as Índias no intento exclusivo de enriquecer-se. Lauto banquete aberto para as cobiças. Voltasse com riquezas e seria considerado e honrado na pátria. Pobre, embora carregado de serviços, ferido no corpo, maltratado da sorte, estava exposto a sofrer prisões e misérias, como sucedera a Duarte Pacheco". Mal que se verifica e observa em todos os países entregues à febre da conquista. Nem outro foi o processo usado pela Holanda e pela Inglaterra, as quais utilizavam, conforme escreve o citado Sardinha, respectivamente, mais tarde os mesmos processos agravados pela guerra de extermínio às populações autóctones.(12) Nota do Autor
Era preciso tirar da colônia o máximo que ela pudesse dar. A febre de conquista só encontrava parelha na febre de ganho. A questão era de finalidade, não de meios, era de resultado e de organização.